Dra. Karine Cunha

Você sabia que o medo é um mecanismo de proteção? Por incrível que pareça, sentir medo nos ajuda a preservar a vida, a evitar situações de risco e a reagir diante de uma ameaça. Entretanto, o medo exagerado (como no caso da claustrofobia) causa grande sofrimento e acarreta diversos sintomas indesejados.

Descubra agora o que é claustrofobia, suas principais causas e sintomas.  

O que é claustrofobia?

A claustrofobia é considerada uma fobia situacional recorrente. Trata-se de um transtorno psíquico caracterizado pelo medo excessivo e irreal de locais fechados, como elevadores, aviões e metrôs. Basicamente, manifesta-se quando o indivíduo é incapaz de frequentar ou de permanecer em ambientes fechados, apertados e/ou com pouca circulação de ar.

Nesse tipo de fobia, é comum a sensação de aprisionamento e a associação a outros transtornos, como a agorafobia. O diagnóstico é dado quando o medo se torna um limitante no cotidiano, ou seja, quando a pessoa passa mal ao ser exposta a um local que lhe causa aversão, ou quando os ambientes fechados se tornam insuportáveis e são evitados a todo custo.

Não é difícil imaginar as consequências da claustrofobia, não é mesmo? Sentir-se impedido de usar elevadores, transportes públicos e de frequentar outros espaços, com certeza, impacta negativamente a qualidade de vida.

Juntamente com os sintomas, podem ocorrer a deterioração das relações sociais, a incapacidade laborativa e até a redução de outros cuidados com a saúde, já que o indivíduo claustrofóbico poderá evitar, por exemplo, consultas e exames médicos.

Quais são as causas?

As causas da claustrofobia são variadas O mesmo acontece com a intensidade dos sintomas e a idade em que esse tipo de sofrimento surge. Portanto, cada caso deve ser tratado e considerado a partir da sua singularidade. Acredita-se que as causas estão relacionadas a fatores ambientais e biológicos. Confira!

1. Memória filogenética

Ao longo da seleção natural, algumas memórias genéticas foram transmitidas a fim de preservar a vida dos indivíduos. Antigamente, ficar preso em um local fechado (cavernas, grutas etc.) e isolado poderia levar o indivíduo à morte.

A transmissão de tal memória faz com que algumas pessoas se tornem suscetíveis ao desenvolvimento da claustrofobia. Principalement, durante e/ou após experiências traumáticas. Outras teorias associam o quadro a partes específicas do cérebro, como a amígdala.      

2. Aprendizado negativo transmitido pelos pais

A claustrofobia pode surgir do aprendizado familiar. Alguns medos podem ser transmitidos, por exemplo, de pais para filho. Isso quer dizer que existe a chance de o indivíduo desenvolver a fobia a partir da educação que ele recebeu.

Um familiar claustrofóbico que evita os elevadores e outros locais fechados pode transmitir o seu medo à criança. Ela será ensinada, por meio desse comportamento, que esses ambientes são potencialmente perigosos.  

3. Traumas

É possível que a vivência de situações traumáticas leve ao desenvolvimento da claustrofobia. Esse medo exagerado pode acometer pessoas que foram submetidas a algum episódio de confinamento (proposital ou acidental), sofreram intimidações ou abusos (principalmente na infância), ou passaram por outras situações de grande estresse.

Como resultado disso, elas podem apresentar dificuldades em lidar de maneira racional com vivências semelhantes ou que evocam lembranças desagradáveis. Portanto, chegam a desenvolver o transtorno.

E os sintomas?

Os sintomas da claustrofobia são variados. É importante consultar um especialista sempre que eles aparecem, pois só assim será possível receber o diagnóstico e o tratamento adequados. Entres os sintomas tradicionais estão:

  • pânico ou medo intenso;
  • sudorese;
  • pressão no peito;
  • sensação de sufocamento;
  • formigamentos nas mãos;
  • hiperventilação;
  • alteração dos batimentos cardíacos.

Atualmente, a claustrofobia tem tratamento. Ele pode ser realizado por meio de acompanhamento psicoterápico e medicamentoso. Caso perceba que algo não vai bem com você ou com alguém próximo, não deixe de procurar ajuda. Essa atitude faz toda a diferença na busca por mais qualidade de vida.

Pronto! Agora que você já conhece o que é e quais as principais causas da claustrofobia, entenda a importância de cuidar da saúde mental para viver melhor.

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