Dra. Karine Cunha

Você já viu alguém ter uma alteração repentina de comportamento, com delírios, alucinações e reações desproporcionais? Trata-se de um surto psicótico — um episódio de dissociação psíquica em que a pessoa perde a noção da realidade e pode se tornar agressiva, agitada e, até mesmo, ter comportamentos que podem colocar a vida dela e a dos outros em risco.

Um assunto sério e que merece a sua atenção neste texto. Confira!

Quais são as principais características do surto psicótico?

Cientificamente falando, durante um surto como esse, a área do cérebro responsável pelas emoções e pelo prazer (o sistema límbico) tem um aumento da sua atividade, fazendo com que os pensamentos se desorganizem e as percepções se alterem.

Para quem está presenciando, o que se percebe é uma pessoa que vê a sua realidade alterada e acredita que tudo aquilo é real mesmo quando há fortes evidências de que seria impossível aquela situação existir ou acontecer. Mas engana-se quem pensa que o indivíduo tem uma “crise nervosa” e logo volta ao seu estado normal: o surto psicótico pode durar dias ou semanas, e em geral, a pessoa acometida precisa de hospitalização.

Alguns sinais são:

  • delírios (crença, ideia ou pensamento que não correspondem com a realidade), alucinações (percepção real de um objeto que não existe);
  • pensamento e/ou comportamento desordenado;
  • isolamento social;
  • aparência física descuidada.

O que fazer se você presenciar um surto psicótico?

Em primeiro lugar, praticar a compaixão e a empatia, deixando a estigmatização de lado. As pessoas que sofrem surtos psicóticos precisam ser respeitadas e merecem tratamento adequado. Se você é um parente próximo, faça contato com um profissional psiquiatra de sua confiança e ele lhe indicará o melhor caminho. Vale lembrar que, quando o indivíduo já está em tratamento, o carinho, o apoio e o respeito também são essenciais — e ajudam mais do que você pode imaginar.

Agora, se você está diante de um surto psicótico, vendo a pessoa sofrer com delírios e alucinações, algumas atitudes podem ajudar:

  • se ela já estiver em tratamento, cheque se os medicamentos foram tomados corretamente; se não foram, tente administrá-los imediatamente;
  • vigie a pessoa para que ela não se machuque ou machuque outros indivíduos;
  • retire-a de locais barulhentos, muito cheios ou conturbados;
  • não a confronte;
  • entre em contato com o médico psiquiatra.

Quais são os tratamentos mais comuns e as formas de controlar um surto psicótico?

O tratamento farmacológico mais comum para o controle dos episódios psicóticos consiste na administração de medicamentos antipsicóticos  — e devem ser utilizados apenas com orientação e acompanhamento psiquiátrico. Além disso, a psicoterapia também é indicada quando os sintomas estão em fase de remissão.

As intervenções familiares também são muito importantes para essas pessoas e atuam como ferramentas de apoio valiosas.

Além disso, um indivíduo que já apresentou um surto pode buscar orientação sobre cuidados contínuos além do uso de medicamentos. Vários profissionais podem ajudar nesse sentido, pois existem tratamentos comunitários em várias localidades destinados a esse fim. Vale a pena procurar por esse tipo de apoio perto de você!

As pessoas que sofrem com surtos psicóticos precisam de acompanhamento médico para manterem a sua saúde mental e física íntegras. Se você conhece alguém que tem apresentado esses episódios com esses sintomas, não hesite em buscar ajuda médica.

Entre em contato com a Dra. Karine Cunha, médica psiquiatra, e aumente a sua qualidade de vida (ou de quem você ama) a partir de agora!

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