Dra. Karine Cunha

A primeira sensação é de bem-estar e relaxamento. A segunda é a de querer passar de novo por essa experiência. E a terceira, a longo prazo, pode afetar o funcionamento do coração e do cérebro e, inclusive, colocar em risco a própria vida. O efeito das drogas no organismo costuma passar por essas três etapas.

Neste artigo explicaremos o que são drogas, quais os tipos mais comuns e porque, afinal, elas são tão prejudiciais à saúde.

O que são drogas?

Muita gente acha que o conceito de drogas está limitado àquelas substâncias ilícitas que estão ligadas ao mundo do tráfico. No entanto, ele vai muito além. Drogas são qualquer substância que interfira no funcionamento fisiológico ou psicobiológico do organismo. E isso envolve, inclusive, aquelas que são legalizadas, como os analgésicos usados como remédios contra o mal-estar.

A polêmica, no entanto, está nas drogas que causam dependência física. E nem sempre elas são proibidas para uso ou para tratamento médico. O álcool e o cigarro, por exemplo, são considerados drogas lícitas capazes de causar dependência química.

Quais são os tipos de drogas?

Existem três tipos de drogas:

  • as naturais;
  • as sintéticas;
  • as semissintéticas.

As drogas naturais, como o nome diz, são aquelas que são derivadas de plantas encontradas na natureza. Não têm, portanto, a interferência de produtos químicos. As mais populares são a maconha e a cafeína.

Já as drogas sintéticas são aquelas produzidas de forma artificial, em laboratórios. Recebem, portanto, substâncias químicas psicoativas que estimulam ou deprimem o sistema nervoso central. Em geral, elas são inseridas no organismo  por meio de injeção, comprimido ou pó. É o caso do ecstasy, do LSD e das anfetaminas.

Por fim, as drogas semissintéticas são uma espécie de mistura entre as naturais e as sintéticas. Embora sejam produzidas com base em drogas naturais, elas também sofrem alterações químicas em laboratório. Os exemplos mais comuns são o crack, a cocaína e a heroína.

Quais são os efeitos das drogas no organismo?

O efeito das drogas costuma aparecer logo após o uso e tende a durar pouco tempo. É, portanto, quando tem início o ciclo do vício. Afinal, é preciso uma nova dose para prolongar o efeito das drogas no organismo.

Nesse sentido, as drogas são divididas em três categorias conforme os efeitos que provocam no corpo. Dentro dessa classificação, elas podem ser estimulantes, depressoras e perturbadoras.

As drogas estimulantes

São as mais comuns. As pessoas que as consomem costumam ficar agitadas e alertas, já que as substâncias aceleram a atividade do sistema nervoso central e aumentam o estado de vigília. As mais populares são o crack, a cocaína, o ecstasy e as anfetaminas.

Quem consome drogas estimulantes está mais propenso a sentir:

  • tremores;
  • intensa euforia e energia;
  • falta de sono;
  • perda de apetite;
  • aumento da frequência cardíaca e da pressão.

As drogas depressoras

Costumam ter efeito inverso daquelas que são estimulantes. Assim, elas diminuem a atividade do sistema nervoso e podem causar delírios. É o que acontece com quem usa álcool, heroína e medicamentos para dormir, por exemplo.

Os efeitos mais comuns das drogas depressoras no organismo são:

  • sonolência;
  • perda dos reflexos;
  • relaxamento e sensação exagerada de tranquilidade;
  • dificuldade com movimentos delicados;
  • diminuição da concentração e do raciocínio.

As drogas perturbadoras

São aquelas que provocam bem-estar e diminuem o cansaço. Além disso, as pessoas que as consomem costumam perder a noção de tempo e de espaço. Os exemplos mais comuns são a maconha, o LSD, o ecstasy e o haxixe.

Quem consome drogas perturbadoras percebe os seguintes efeitos:

  • alteração nas cores, formas e contornos dos objetos;
  • sensação de grandiosidade;
  • intenso prazer ou medo;
  • facilidade de entrar em pânico;
  • delírios relacionados a roubos e perseguições.

Embora os efeitos das drogas no organismo possam variar de pessoa para pessoa, há sempre um ponto em comum entre elas: a possibilidade de provocar dependência. O uso recorrente, portanto, pode comprometer o funcionamento dos órgãos (como pulmões e coração) estimular o desenvolvimento de doenças psiquiátricas (como depressão e esquizofrenia) e provocar o isolamento da família e da sociedade. O consumo de drogas pode, inclusive, levar à morte.

Gostou do artigo? Então, que tal saber como funciona a síndrome da abstinência e se é hora de procurar tratamento?

 
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