Dra. Karine Cunha

Você sabe o que é Setembro Amarelo? É um mês dedicado a um tema delicado, porém, bastante importante em nossa sociedade: o suicídio. Dados do governo afirmam que, no nosso país, são registrados cerca de 11 mil suicídios por ano. Ele já é a terceira causa de morte entre homens e a oitava entre as mulheres, e cresceu 28% nos últimos 11 anos.

Grave e triste, não é? É por isso que profissionais de diversas áreas, sociedade e famílias se reúnem durante todo o mês de setembro para debater o assunto, buscando formas de evitar esse desfecho na vida de mais brasileiros.

Veja mais sobre essa campanha e como você pode ajudar nessa luta!

O que é Setembro Amarelo

O mês de setembro foi escolhido como a época de combate ao suicídio devido ao Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, dia 10 de setembro — definido desde 2013 por iniciativa da International Association for Suicide Prevention.

Já a campanha Setembro Amarelo existe desde 2015 e foi criada por iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Seu principal objetivo é chamar a atenção da população para os temas relacionados ao suicídio, buscando, assim, diminuir as estatísticas que vêm crescendo no Brasil e no mundo. Por meio de eventos variados, atividades e rodas de discussão, a sociedade vai se aprofundar, durante 30 dias, nos assuntos que envolvem o suicídio — as formas de evitá-lo, o preconceito e a falta de informação, por exemplo.

Por isso, fique atento aos locais públicos e privados da sua cidade no mês de setembro: muitos deles serão iluminados com a cor amarela.

Quais são os fatores de risco para o suicídio e a depressão

Um dos principais gatilhos para o suicídio é a depressão. Nos dias atuais, as pessoas se veem pressionadas por diversos lados: é preciso atingir as metas no trabalho, manter relações saudáveis, atender a padrões impostos pela sociedade e, até mesmo, alcançar a perfeição mostrada por todas as outras pessoas diariamente nas redes sociais.

É claro que fazer tudo isso é impossível, mas, ainda assim, muitas pessoas não conseguem lidar com suas incapacidades (inerentes a todo ser humano) e frustrações, desenvolvendo um quadro de depressão.

Nesse momento, “o copo pode acabar transbordando”. Vendo-se incapaz de atingir os objetivos irreais que impôs para si mesma ou não conseguindo se encaixar nos padrões (comportamentais, financeiros e estéticos) impostos pela sociedade, a pessoa decide tirar a própria vida como uma última tentativa de encontrar a paz — ou, simplesmente, não dar mais trabalho aos outros, se a sua depressão costuma trazer transtorno aos familiares.

Como ajudar outras pessoas

Buscar ajuda é fundamental em casos de depressão ou quando os pensamentos suicidas começam a surgir. Mas, na maioria das vezes, a pessoa que está sofrendo não percebe a sua vulnerabilidade ou, até mesmo, já “desistiu”. É nessa hora que a família, os amigos e as pessoas mais próximas podem ajudar.

Ao perceber que algo está errado, tente conversar — mas sem fazer julgamentos e comparações do tipo “a sua vida está ruim, mas você não imagina a minha!”. Ouvir com atenção e empatia é fundamental para que a pessoa encontre apoio.

A partir daí, mostre que esses sentimentos são normais e não há motivos para se envergonhar. Indique um profissional e a acompanhe se ela estiver insegura. Sentir-se amado é essencial nesses momentos para evitar o pensamento suicida de “se eu for, ninguém vai sentir minha falta”.

Amor, carinho e apoio são armas poderosas na luta contra o suicídio. Agora que você já sabe o que é Setembro Amarelo, aproveite a data informar-se e ajudar muitas pessoas.

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Categorias: Bem estar